The Grândola’s new Library and Municipal Archive is accessed through the set of palm trees that structure the renovated Praça da República, now purged of all the noisy and conflicting elements, which have been removed from there in search for a more pacified order. This square is the central place of the city and the epicenter between the Municipal Garden, to the southwest, and the orange tree garden, to the east. The new building forms part of the square and -due to its scale and program -constitutes itself as a reference element that counterpoints the urban continuum. In this sense, our concern has been to elucidate the building’s presence in the square, making it clear, solid and identifiable, and to include it in the network of streets by creating a continuity between the forecourt drawn by the square and the interior spaces of the building.
One enters through a cloister, which constitutes the main room of the building and which creates the pause that precedes the function, the moment when the movement soothes down and the noise is replaced by the delicate sound of the running water in the fountain, which marks the arrival. The galleries around the central courtyard generate paths that promote a gradual adjustment of scale, evoking protection and shade, and guiding the way around the gravel court and the jacaranda tree that is planted there. Due to its nature and scale, this space, geometrically established in the urban complex, determines the foundational place and allows for the occurrence of the most diverse events, complementing and widening the scope of action of the reference program, which here gravitates around this great enclosure open to the sky – below, the reception space, the common areas for exhibitions and presentations and the children's reading room; on top, the archive areas and the adult reading room that opens onto a balcony, overlooking the square.
The set, in its abstract shape of thick walls and southern whiteness, seeks to keep the mystery and to build paths of discovery, like the books it contains.
Praça da República 7570 Grândola, Portugal (GPS 38.177105, -8.567004)
Pedro Matos Gameiro / Pedro Domingos
Francisco Nogueira
Paulo Dias, João Varela, João Carlos Lopes, Raquel Pereira, Abílio Silva (Matos Gameiro arquitectos); Pedro Gonçalves (Pedro Domingos Arquitectos)
Fernando Rodrigues e Cristina Martinho (Alves Rodrigues e Associados); Luís Mira (Ohmsor); Guilherme Carrihlo da Graça e Pedro Paredes (Natural Works); João Guimarães; Leonor Cheis (NPK)
[PT]
Acede-se ao edifício da Biblioteca e Arquivo Municipal de Grândola por entre o conjunto de palmeiras que estruturam a renovada Praça da República, agora expurgada de todos os elementos ruidosos e conflitantes, que aqui foram removidos na busca de uma ordem mais pacificada. É esta praça o lugar central da cidade e o epicentro de ligação entre o Jardim Municipal, a sudoeste, e o Jardim das Laranjeiras, a nascente. O novo edifício forma parte da praça e – pela sua escala e programa – constitui-se como um elemento de referência colocado em contraponto ao contínuo urbano. Interessa-nos, nesse sentido, tornar clara, sólida e identificável a natureza do edifício e incluir o equipamento na malha de percursos, promovendo a continuidade entre o adro que a praça desenha e os espaços interiores que lhe sucedem.
Entra-se através de um claustro, que se estabelece como a sala principal do conjunto e que constrói a pausa que antecede a função, o momento em que o movimento amaina e o ruído é substituído pelo delicado som da água corrente que, na fonte, assinala a chegada. As galerias dispostas em redor do páteo central de acolhimento geram percursos que promovem uma gradual adequação de escala, suscitando a protecção e a sombra, pautando o percurso que circunda o terreiro de saibro e o jacarandá que aí se acha plantado. Pela sua natureza e escala, este espaço geometricamente firmado no conjunto urbano, determina o lugar de fundação e proporciona a ocorrência dos mais diversificados eventos, complementando e alargando o âmbito de acção do programa de referência, que aqui gravita em torno deste grande recinto aberto ao céu – em baixo o espaço de recepção, as áreas comuns para exposições e apresentações e a sala de leitura de crianças; em cima as áreas do arquivo e a sala de leitura de adultos, que abre para uma varanda sobranceira à praça para onde devolve o olhar antes experimentado.
O conjunto, na sua abstracta forma de paredes grossas e meridional brancura, procura guardar o mistério e construir percursos de descoberta, à semelhança dos livros que encerra.
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